Ao
contrário dos espanhóis, que lutaram por pedras preciosas, os portugueses
optaram pela colonização de base agrícola. Aproveitando-se da sua experiência
praticada nas ilhas do Atlântico (Açores e Cabo Verde), fomentaram a cultura da
cana de açúcar no Brasil.
Desde
muito cedo, Portugal teve o Brasil como a sua jóia da coroa e para lá se
produziram todas as políticas para fazer desse território uma fonte e uma
reserva para a sua economia. É o comércio de escravos que marca profundamente
Portugal – como potência colonizadora -, o Brasil e Angola, este último que,
nesse projecto, é a maior vítima.
Num
contexto em que a potência colonizadora dependia em diversos domínios, mas
sobretudo o económico, de uma colónia, estavam criadas as premissas para a
proclamação da independência do Brasil. De facto, esta foi decretada em 1822
amputando Portugal das forças vivas da sua base económica. Assim, uma vez
realizada a libertação comercial, o Brasil deixou de ter necessidade da
metrópole.
Quando o Brasil ficou independente de Portugal, Lisboa
virou-se para os territórios africanos como forma de compensação. Até àquela
altura, a África desempenhava o papel de fornecedor de escravos que trabalhavam
nas plantações brasileiras. A compensação não seria apenas política, mas também
económica. As Cortes de Lisboa tinham formulado a ideia de compensação através
de companhias que fizessem o comércio com as colónias como ficou patente em
1822[1]. Mais tarde tornou-se claro que a medida das Cortes
visava impedir uma eventual tentativa de anexação de Angola pelo Brasil, porque
fora enviada uma expedição militar para Luanda e Benguela.
A instabilidade política que Portugal atravessava
dificultou qualquer tentativa de um interesse sólido de Lisboa aos territórios
africanos, pois maior parte da atenção era sobre assuntos domésticos perante a
falta de meios, financeiros e humanos, para pór em marcha um projecto contínuo.
A falta de meios ficou directamente afectada pela independência do Brasil, uma
vez que Portugal deixou de ter as receitas anteriormente ganhas. A violência
tomou conta de algumas cidades de Portugal continental.
Além deste entrave, os territórios africanos,
dispersos, tinham importância devido ao papel que desempenhavam para o Brasil -
fornecimento de mão-de-obra escrava - pelo que o seu papel na nova conjuntura
era, simplesmente, imaginável.
O aparelho de Estado Imperial foi reformulado, pela independência
do Brasil para adequar as instituições ultramarinas aos princípios do regime
liberal vigente.
Segundo Bandeira, era imperiosa a existência de quatro
governos gerais, três dos quais em África - Cabo Verde, Moçambique e Angola, e
uma administração em Goa e um governo particular em São Tomé e Príncipe. Aos
governadores concediam amplas atribuições civis e militares e junto com eles
funcionariam Conselhos de Governo compostos por chefes de repartições
judiciais, militares, fiscais e eclesiásticas. O governador devia consultar ao
Conselho de Governo em todos os assuntos de importância.
No terreno, a administração colonial tinha reduzido
mão para o controlo vendo-se obrigada a ceder perante os poderes e interesses
locais. Isso foi notório na incapacidade de supressão do tráfico de escravos. O
Brasil independente tinha assinado, em 1826, um acordo com a Inglaterra visando
a abolição gradual do tráfico de escravos até 1830, enquanto Portugal era ainda
reticente sobre esta data, até 1836, quando Sá de Bandeira preferiu a abolição
unilateral, entretanto ignorada nas colónias africanas.
Devido as divergências com Londres, a política externa
de Portugal ficou abalada, devido a posição do primeiro em aprovar um projecto
que previa aprisionamento de quaisquer navios portugueses suspeitos de tráfico
de escravos e de um julgamento de seus autores em tribunais militares
britânicos. A fraqueza de Portugal em fazer cumprir a abolição deveu-se a falta
de organização e de força de administração colonial, que dificilmente poderia
impor quaisquer medidas de gênero sem risco de sublevação e de perda das
possessões.
[1] A 19 de Abril
de 1822 entrara nas Cortes uma proposta por meio do Relatório da Comissão do
Ultramar. Cfr. Diário das Cortes de 1822, p. 988.
continuem assim
ResponderEliminarBoa noite por favor, gostaria que enviassem-me a matéria que fala sobre o impacto da independência do Brasil ( a Diversidade das Rotas Comercias . e a Repressão ao trafigo de escrevos negros. Por favor enviem-me só estás matérias. Aqui está o meu E-mail( olhosdechines@gmail.com)
ResponderEliminar927631767 Mauro De Almeida
BOA TARDE GOSTARIA QUE VOCEIS RESUMAO AS MATERIAS DE HISTORIA.
ResponderEliminarCOMO IMPACTO DA INDEPENDENCIA DO BRASIL.